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                                 MOVIMENTO SOS FLORESTAS PARANÁ EM DEFESA DAS FLORESTAS E DA VIDA 
 
O Código Florestal - Lei nº 4.771 de 15 de setembro de 1965 - que protege o patrimônio natural brasileiro e assegura o bem estar presente e futuro de toda sociedade, está sob grave ameaça.  
 
Tramita na Câmara dos Deputados um projeto que reduz a proteção a esses ambientes, visando somente o interesse do agronegócio em manter ou expandir a produção, sem cumprir a lei. 
 
A bancada ruralista, que defende esse projeto, tem pressa na aprovação. Entretanto, o grupo de trabalho formado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), com cientistas renomados de diferentes especialidades, avaliou que as mudanças propostas no projeto, cujo relator foi o Deputado Aldo Rebelo, precisam ser analisadas do ponto de vista dos impactos que poderão causar. Mais ainda, a pressa na tramitação impede que a população brasileira, principal interessada na questão, tome conhecimento do assunto e se manifeste. 
 
Mesmo assim, os trâmites continuam e, se aprovado o projeto, milhões de hectares, em locais onde a vegetação nativa deveria ser protegida, ficarão livres para o desmatamento. Áreas frágeis como margens de rios, encostas íngremes, topos de morros e várzeas poderão ser ocupadas e degradadas. Além disso, as áreas já desmatadas irregularmente não precisarão mais ser reflorestadas. 
 
A degradação de áreas naturais significa perda de biodiversidade e extinção de espécies animais e vegetais. Traz impactos catastróficos diretamente para a vida humana, pois incide negativamente sobre a qualidade e disponibilidade das águas, fertilidade do solo e equilíbrio do clima. Afeta gravemente a agricultura familiar que responde por 70% da produção de alimentos básicos no país.  Além disso, a ocupação de áreas frágeis potencializa desastres ambientais como enchentes e deslizamentos de encosta. 
 
A bancada ruralista quer mudar o Código para se livrar da obrigação de repor o que foi destruído e de pagar as multas pela destruição. Alega que a lei atrapalha o agronegócio brasileiro, mas, na verdade, é o agronegócio que compromete, desse modo, a vida de todo o povo brasileiro. O projeto defendido pela bancada ruralista pretende, entre outras coisas: 
 
Anistiar os desmatamentos ilegais realizados em áreas de preservação permanente (como margens de rios e encostas de morro) até 2008; 
 
Legalizar ocupações urbanas e agrícolas em áreas de risco como encostas e margens de rios; 
 
Diminuir a proteção aos rios, reduzindo a faixa de mata ciliar para até um quarto da largura atual e permitindo a ocupação de áreas de inundação; 
 
Retirar a proteção de áreas frágeis como topos de morro, restingas e várzeas, comprometendo a estabilidade do solo e a qualidade da água; 
 
Diminuir a área de reserva de floresta, obrigatória nas propriedades, que, além de outras funções,  serve para manter a biodiversidade; 
 
Permitir a compensação da Reserva Florestal Legal fora e longe da propriedade, deixando extensas áreas sem cobertura florestal nativa e formando verdadeiros desertos verdes de plantios homogêneos; 
 
Possibilitar que os municípios autorizem desmatamentos e ocupações de áreas frágeis, favorecendo interesses políticos e econômicos, sem considerar o bem comum. 
  
AS ALTERAÇÕES PROPOSTAS PREJUDICAM O BRASIL! 
 
O que interessa ao povo brasileiro é defender seu direito às florestas e à vida. 
 
Por este motivo, o Movimento SOS FLORESTAS PARANÁ, formado pela união de cidadãos e instituições paranaenses, defende o atual CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO, que orienta e assegura a proteção dos ecossistemas, da biodiversidade e de suas funções essenciais à vida. Defende uma gestão responsável dos recursos naturais que compatibiliza proteção socioambiental e desenvolvimento econômico. Qualquer mudança deve ser conduzida com prudência, à luz da ciência e com a participação de toda a sociedade, pois "... todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”... (Artigo 225 da Constituição Brasileira).   
 
Assinam esse documento: 
 
Arquidiocese de Curitiba – Campanha da Fraternidade 2011 
APP-Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Estado do Paraná 
APUFPR 
AMAR-Associação de Defesa do Meio Ambiente Araucária 
Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST 
Partido dos Trabalhadores – PT - PR 
Partido Verde – PV-PR 
Partido Socialismo e Liberdade – PSOL – PR 
Partido Comunista Brasileiro – PCB - PR 
Centro Acadêmico de Engenharia Florestal – UFPR 
Centro de Formação Milton Santos - Lorenzo Milani, Consulta Popular e Assembléia Popular 
Ecoberrantes 
Escoteiros do Paraná 
Instituto Federal do Paraná 
Instituto Prevenir de Responsabilidade Socioambiental 
Mater Natura 
Organização Ambiental Sócio Agro Arte Cultural Brinque e Limpe 
Sociedad Peatonal 
Sociedade Chauá 
SPVS 
UFPR Litoral 
União dos Escoteiros do Brasil 
Deputado Estadual Tadeu Veneri 
Deputado Estadual Rasca Rodrigues 
Deputado Estadual Luiz Eduardo Cheida 
Vereador Paulo Salamuni 
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